Estava, fazia umas 6 horas, numa cavalariça do quartel militar de Rivera, em pé, de braços e pernas abertas, algodão nos olhos uma venda por cima.
Outros detentos foram chegando depois de mim que tive a sensação de ser dos primeiros pelo silencio existente quando entrei, aproximadamente as 16:00 horas.
- Mario!.... Mario! a nossa filhinha esta muito doente Mario. Eu acho que ela vai morrer... haaaa!
- Susana é você amor?
- Sim Mario sou eu. A nossa filhinha vai morrer Mario !
O detento que estava do outro lado da parede entrou em desespero querendo tirar a venda dos olhos e sair da situação em que se encontrava.
Claramente pode ouvir as batidas de culatra de fuzil no corpo, os gritos do infeliz, mais golpes e insultos, a sua queda no chão, os cavalos enlouquecidos, um pandemônio.
- Suficiente (alguém Falou) vejam se ainda respira e joguem água nele, depois que venha o médico.
Consegui ouvir o som do medidor de preção e conversas muito baixinho:
- Vocês tem que tratar de controlar-se um pouco, este faltou pouco...!
- Doutor cumpra com a sua obrigação que nós cumprimos com a nossa!!!
- Minha obrigação é informá-los do que poderá vir a acontecer...
- Se você não cala a sua boca vai acabar vindo a parar no lugar junto deles.
Lille/2009
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