MEU PRIMEIRO INTERROGATORIO
Estava marcando na parede um risco mais, de um dia e uma noite mais. Contei-os novamente depois de colocar o último ...eram vinte. Vinte dias e vinte noites...
- Ei ...você!!! coloque-se a venda nos olhos e saia.
-Eu...(Ia a perguntar porque devia fazer aquilo e lembrei de minha situação e calei).
Sai para ser vendado e di de frente com o homem de terno cinza. Agora sabia para onde eu ia. O grito dele me paralisou:
- Vendem esse filho da puta! Agora já !!! Merda...
Me levaram pelo corredor, o trilhado corredor. Saímos ao pátio e colocado ao sol de braços e pernas abertas. Uma hora depois, com o corpo ardente do calor intenso do sol fui conduzido e entramos numa grande sala que tinha o piso de madeira. Pelos buraquinhos pude ver que tinha vários militares de alta graduação. Fui virado para a esquerda e fiquei de frente com quem supus seria meu interrogador, os outros deviam estar para avaliar, indicar tópicos. A inteligência militar.
O calor era sufocante e minha cede muita, quem estava na minha frente, lentamente começou a encher um copo com água e mexe-lo fazendo barulho com o gelo. Era evidente que tentava aumentar meu desejo de beber água e acalmar o meu calor.
- Como é seu nome?
- Wilson...
-Nãaao!!! Seu nome de guerra!!
- Eu não tenho...
- Meu amigo se você não colabora fica difícil. Você é amigo de “Tupas”, tem parentes “Tupas” e não é “Tupa”!
- Também tenho parentes militares e eu não sou militar, nem eles são “Tupãs”- tratei de ser o mais humilde possível, porem, sendo convincente.
- Aqui tem um Oficial, Monge, é sobrinho de uma tia minha, casada com o irmão de meu pai e ele, acredito, não a de ser “Tupa”.
O silencio tomou conta da sala. Meu Interrogador ficou em pé de uma vez, eu vi passar pelo meu buraquinho seu uniforme de um pulo só.
- Soldado, leve ele para a praça e que fique “meditando” ao sol. Esta noite vamos conversar novamente. Se baixa os braços atire para matar!!
Foram três longas horas o mais, sei que já nem o formigueiro no corpo sentia.
Lille/2008
Estava marcando na parede um risco mais, de um dia e uma noite mais. Contei-os novamente depois de colocar o último ...eram vinte. Vinte dias e vinte noites...
- Ei ...você!!! coloque-se a venda nos olhos e saia.
-Eu...(Ia a perguntar porque devia fazer aquilo e lembrei de minha situação e calei).
Sai para ser vendado e di de frente com o homem de terno cinza. Agora sabia para onde eu ia. O grito dele me paralisou:
- Vendem esse filho da puta! Agora já !!! Merda...
Me levaram pelo corredor, o trilhado corredor. Saímos ao pátio e colocado ao sol de braços e pernas abertas. Uma hora depois, com o corpo ardente do calor intenso do sol fui conduzido e entramos numa grande sala que tinha o piso de madeira. Pelos buraquinhos pude ver que tinha vários militares de alta graduação. Fui virado para a esquerda e fiquei de frente com quem supus seria meu interrogador, os outros deviam estar para avaliar, indicar tópicos. A inteligência militar.
O calor era sufocante e minha cede muita, quem estava na minha frente, lentamente começou a encher um copo com água e mexe-lo fazendo barulho com o gelo. Era evidente que tentava aumentar meu desejo de beber água e acalmar o meu calor.
- Como é seu nome?
- Wilson...
-Nãaao!!! Seu nome de guerra!!
- Eu não tenho...
- Meu amigo se você não colabora fica difícil. Você é amigo de “Tupas”, tem parentes “Tupas” e não é “Tupa”!
- Também tenho parentes militares e eu não sou militar, nem eles são “Tupãs”- tratei de ser o mais humilde possível, porem, sendo convincente.
- Aqui tem um Oficial, Monge, é sobrinho de uma tia minha, casada com o irmão de meu pai e ele, acredito, não a de ser “Tupa”.
O silencio tomou conta da sala. Meu Interrogador ficou em pé de uma vez, eu vi passar pelo meu buraquinho seu uniforme de um pulo só.
- Soldado, leve ele para a praça e que fique “meditando” ao sol. Esta noite vamos conversar novamente. Se baixa os braços atire para matar!!
Foram três longas horas o mais, sei que já nem o formigueiro no corpo sentia.
Lille/2008
Nenhum comentário:
Postar um comentário