Palácio Peñarol, assembléia geral de bancários autorizada pelas autoridades de fato, para resolver o levantamento das medidas de força decretadas contra a Ditadura recém implantada.
No meio da assembléia de três mil trabalhadores, pelos cristais do ginásio, vimos às luzes dos carros policias. Nada bom se aproximava. A voz correu entre os trabalhadores: “... querem deter a todos os dirigentes, é uma cilada!!!
Os principais foram para os banheiros e se travestiram de mulher, uma pasta com documentação foi escondida numa descarga. Como fazem as abelhas para conduzir a rainha os trabalhadores nos embolaram e no meio saímos.
Quinto andar de um prédio da Rua São Salvador, desde lá vimos à quarteirão da frente ser rodeada de militares e policias. Era quase impossível fugir, não ficam duvidas de que estávamos sendo traídos.
Descemos ate um andar que se ligava com os tetos de outras casas e por ali pulamos. Eu, assim como alguns outros companheiros conseguimos fugir, depois tomei conhecimento de que Hugo tinha sido baleado na perna.
De carona um pouco, e de a pé percorri 700 km da capital ate a fronteira, em cada cidade que passei fortaleci a greve decretada.
Cinco horas depois de chegar fui detido e colocado a disposição das Forças Conjuntas.
Lille/2009
Um comentário:
WILSON FAVAL,
É MUITO BOM SEU INTERESSE EM FAZER BLOG SOBRE AS HISTORIAS DA DITADURA, DO SEU PASSADO E QUE HOJE SOBRIVIVENTE. RAILIDIA MENEZES
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