Ao cair a tarde vieram a levar outro prisioneiro para interrogar, eu não consegui vê-lo, porem, ouvi que começou a cantar em voz alta uma estrofe de “a Dom José” ...neste criollo rodear, rodear, rodear, los paisanos le dicem mi general...”. Era constante o canto e quando o mandavam calar a boca e batiam ele cantava mais forte e mais forte e assim entrou no quarto de tortura e ao fechar a porta só diminuiu o volume da vez ao ser isolada de nos.
Foi o que demorou mais tempo ou tal vez a minha ansiedade me fez parecer maior o tempo. Estava inconsciente quando saiu igual que os outros o acompanhava um homem de branco que pensei será um médico. Minutos depois se reiniciaram os cantos muito baixinhos, e cada vez mais fortes... e mais fortes... assim como os gritos de: cala a boca folho da puta!!! E as batidas.
lille/2009
Um comentário:
É fantástica a luta de todo animal pela liberdade, mas a luta da humanidade se soma a uma luta por dignidade e de indignação também. Quando perdemos a capacidade de indignar-nos, perdemos nossa dignidade, perdemos a humanidade...perdemos a liberdade.
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