Ao cair da tarde, duas horas depois de estar deitado no chão do cassino, quase adormecido ouvi um som metálico a meu lado e uma batida nas minhas costelas da esquerda que quase me fez pular.
- Fique quieto merda!!! Pode sentar (tomando minha mão direita me fez localizar o que percebi era um prato), tem uma colher e comida, tem do lado um copo com água e dez minutos de tempo, depois todo será retirado.
Eram dois. De um estava vendo as botas e o outro estava perto de meus pés. Alguma coisa estavam murmurando entre eles. Eu levei a colher a boca e o cheiro a ensopado de feijão acionou minha fome. Ao colocá-la na minha boca percebi alguma coisa que poderia ser uma folha de verdura ou algo assim. Detive a colher no meu nariz para tentar identificá-la...
- Vamos!!! Filho da puta come logo poooorrra!!!
Sobe que tinha alguma outra coisa no meio, porem, sem solução, coloquei-la na boca e imediatamente enchi outra colher e também a levei a boca. Ao mastigar percebi que era uma barata e a engoli assim como estava.
Senti claramente a sua passagem pela garganta e descendo rumo ao estomago.
Os risos a meu lado e os passos indicavam que devia continuar comendo por tanto bebi todo o copo de água de uma vez.
Lille/2009
2 comentários:
Você Wilson Faval , tornando-se, no entanto, um herói.
Às vezes fico pensando em tudo o que meu pai viveu e eu ainda não conheço...um enigma que o tempo vem se encarregando de desvendar...e me encantar!
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